O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição complexa e multifacetada, que afeta o desenvolvimento social, emocional, cognitivo e comportamental da pessoa. Esta categorização reúne um conjunto de desordens neurológicas presentes desde o nascimento ou começo da infância. Dentro do espectro autista estão: o Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.
Segundo o DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar:
- Déficit na comunicação social ou interação social nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade sócioemocional e
- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
Essas características variam de pessoa para pessoa, mas permanecem por toda a vida.
Os direitos da pessoa com TEA
Em prol da qualidade de vida das pessoas com TEA, existe um movimento mundial pela sua aceitação e inclusão na sociedade. Como marco disto, o mês de abril foi designado como o mês de conscientização sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nele, são realizadas ações na intenção de aumentar a aceitação e a inclusão das pessoas com TEA em todas as áreas da vida, como na educação, no trabalho, nas relações sociais e na comunidade em geral.
Além disto, muitos direitos já são garantidos por leis e convenções internacionais, destacando-se
1. Todas as pessoas com Autismo têm o direito a uma educação adequada e inclusiva que atenda às suas necessidades.
2. Pessoas com Autismo têm o direito de acesso à assistência médica e tratamentos de saúde, incluindo terapias comportamentais, ocupacionais, fonoaudiológicas e outras que podem ajudar a melhorar sua qualidade de vida.
3. Pessoas com Autismo têm o direito de participar plenamente da sociedade, incluindo o direito de trabalhar, votar, se expressar e ser tratado com respeito e dignidade.
4. Pessoas com Autismo têm o direito de acesso a espaços públicos e serviços, incluindo a acessibilidade arquitetônica, tecnológica e de comunicação.
5. Pessoas com Autismo têm o direito de não sofrer apresentam com base em sua condição. Isso inclui a distinção no acesso a emprego, habitação, educação, saúde e outros serviços.
Um por todos e todos por um no cuidado humanizado!
A equipe multidisciplinar é fundamental para garantir um acompanhamento integral e efetivo da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa equipe pode reunir diferentes profissionais com conhecimentos e habilidades específicas, como:
* Psiquiatras e neurologistas que podem diagnosticar e tratar condições médicas associadas ao TEA, como epilepsia, ansiedade, depressão, entre outras.
* Psicólogos que podem ajudar a desenvolver habilidades sociais, emocionais comportamentais, por meio de terapia cognitivo-comportamental, por exemplo.
* Terapeutas ocupacionais que podem auxiliar na melhoria da coordenação motora fina, habilidades de vida diária e autonomia.
* Fonoaudiólogos que podem ajudar a desenvolver habilidades de comunicação e linguagem, incluindo a compreensão e expressão de palavras e frases.
* Educadores que podem desenvolver atividades pedagógicas adaptadas, promovendo um ambiente de aprendizagem inclusivo e acessível.
* Assistentes sociais que podem ajudar no acesso de serviços públicos e privados, incluindo assistência social, direitos e benefícios e apoio emocional.
Somos únicos e importantes no universo de diversidades
Cada pessoa tem sua própria personalidade, habilidades, interesses, necessidades e desafios. Essas diferenças não devem ser motivo de distinção ou exclusão, mas sim de respeito, valorização e inclusão.
Por exemplo, quando falamos de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é importante lembrar que cada pessoa com TEA é única, com suas próprias características, desafios e habilidades. A abordagem do acompanhamento e tratamento deve ser personalizada e adaptada às necessidades individuais de cada pessoa.
Portanto, é importante promovermos a diversidade e promovermos a inclusão, respeitando as diferenças e reconhecendo que cada pessoa tem suas próprias especificidades e habilidades que podem contribuir para uma sociedade mais rica e diversa.
Maria Lucia Feitosa
Fonoaudióloga
Enfermeira
Especialista em Gestão em Saúde
Mestranda em Saúde da Família